quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A história feia da menina bonita

Sem distinção: Assim como uma doença o crack entrou e ‘tomou de assalto’ a vida dos brasileiros. Por isso é considerada uma epidemia. A prova de que o vício conduz a padrões de vida e atitudes inusitadas está bem explícita no recente caso da ‘modelo do crack’, uma jovem de 24 anos que foi presa no Rio de Janeiro com 10 kg da droga, na última segunda-feira (1).
Em depoimento, a modelo natural do Estado da Paraíba afirmou que essa seria a primeira vez que fazia o transporte do crack. Segundo ela, um detento paraibano entrou em contato por telefone oferecendo o trabalho. Sem dinheiro, ela aceitou. Na página da modelo em um site de relacionamento, críticas e mensage
ns de otimismo são postadas por internautas sensibilizados e chocados com a história feia da menina bonita. Mas não acham que é muito fácil criticar ou dar conselhos quando não entendemos o contexto em que os fatos se desenrolam?
O crack é um problema de saúde
pública. Se não é o maior, é um dos maiores...
Alguns depoimentos me chamaram atenção pela
franqueza e pelo sarcasmo. Como em “Dindim facil é fod..”, e “ Desejo BOA SORTE pra VC , não julgo ,não critico,pois todos nós somos falhos, é nessa hora da dor que o ser humano se sobrepõe para a vitoria”.

Mas um recado em especial me fez refletir ainda mais. Deixo claro que não possuo religião, nem tenho a proposta de colocá-las em discussão nesse espaço, porém, não posso deixar de mostrar ao leitor internauta como os discursos são contraditórios. Uma pessoa que se apresenta neste mesmo site de relacionamento como Pastor João postou o seguinte comentário para a modelo. “ chinelona do crack tem q morrer seca no xadrez...!!!”.
Muitos creditam o fato da jovem ser presa a desestrutura familiar, ao desapego aos valores que compõem e asseguram nossos direitos de cidadãos e até mesmo a falta de deus em sua vida. Entretanto, esquecemos que políticas destinadas a entender, precaver e curar os afetados pelo o efeito nocivo desta e de outras drogas no país, vem a longíssimo prazo. Enquanto aguardamos, recebemos e encaramos esse tipo de notícia com naturalidade, tornando a epidemia do crack em algo banal.

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