
A Insurreição de São José do Queimado foi liderada pelos escravos Chico Prego, João da Viúva e Elisiário, e ocorreu no dia 19 de março de 1849, há 160 anos. Foram chamadas tropas de Vitória e do Rio de Janeiro para conter os rebelados, que foram presos. Elisiário foi um dos poucos que conseguiram fugir da cadeia; João da Viúva e Chico Prego foram açoitados e enforcados, assim como a grande maioria dos revoltosos, que chegaram a trezentos. Hoje, Chico Prego nomeia a Lei de Incentivo Cultural da Serra e tem uma escultura em tamanho natural em uma praça, próximo do local onde foi enforcado, em 11 de janeiro de 1850.
O Estudo Arqueológico e Histórico do Sítio Histórico de Queimados, realizado em 2008 por uma equipe de arquitetos , traz um Plano de Reabilitação do local, considerado patrimônio histórico estadual e municipal. Por meio de documentos, o Estudo mostra evidências de Queimado ter sediado um movimento libertário baseado no ideal de alforria e também o grau de crescimento do Distrito, que chegou, inclusive, a ter, em 1847, uma escola e, em 1837, uma escola feminina na região.

O secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra (Setur), Cleber Lanes, entende que a grandiosidade do fato histórico acontecido em Queimado não teve seu reconhecimento merecido e, por isso, não foi incluído, ainda, na relação dos movimentos de libertação nacional, como a Inconfidência Mineira, que aconteceu em 1789, na Capitania de Minas Gerais. “O Poder Público tem o dever de reconstituir e recontar a história da Insurreição de São José do Queimado e estamos nos preparando para isso”, resume o secretário. “Estamos fazendo uma agenda para o ano todo, com a participação das secretarias de Direitos Humanos e Cidadania, de Educação e a Setur, além de entidades civis ligadas à cultura e ao movimento negro, para atingir públicos diferenciados, do acadêmico ao popular. O levante de Queimados precisa ser cantado, contado, fotografado e reverenciado, por diversas faixas etárias”, disse.
O secretário antecipa que uma das primeiras medidas a ser tomada será o acesso ao público do documento produzido pela Fundação Ceciliano Abel Almeida, o que está previsto para acontecer em abril.
2 comentários:
Realmente essa é uma data que não pode passar em branco, uma marco da nossa história e da nossa cultura, o que reflete até nosso dia a dia, um povo guerreiro, que luta por seus ideais...somos nós mesmos, os capixabas com orgulho.
Bem lembrando André.
Nem preciso falar nada, Angelo falou tudo Acima. Capixaba com Orgulho.
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